04 setembro 2014

PARA 26/9: É LER OU RELER - SÓ NÃO VALE TRESLER

«Decididamente, era uma bela rapariga. Assim que ela acabasse a bucha, ele tomá-la-ia nos braços para a beijar na boca. Era uma resolução de tímido, uma ideia de violência que o engasgava um pouco. Aqueles fatos de rapaz, aquela jaqueta e aquelas calças sobre aquela carne de rapariga, excitavam-no e incomodavam-no. Estevão tinha engolido o último bocado. Bebeu do cantil, restituiu-lho para ela o despejar. Agora, era chegado o momento de operar; e estava deitando uma olhadela inquieta para o lado dos mineiros, ao fundo, quando uma sombra tapou a galeria.»
 
ÉMILE ZOLA, Germinal, tradução de Eduardo de Barros Lobo, Lisboa, Círculo de Leitores, 1983, p. 31.