25 julho 2017

EXISTENCIALISMO E LITERATURA

«Só meditando profundamente no que significa a morte, é que nós poderemos ver bem o que com ela se perde e o valor disso que se perde. Por outro lado, a morte é uma prefiguração do que de limite, de fim, preside a todos os actos da vida, já que a cada instante nós estamos de algum modo a realizar actos irremediáveis. A meditação da morte não é pois um fim, mas um meio. Meio de valorizarmos a vida, meio de assim mesmo respeitarmos a vida nossa e alheia, meio de reflectirmos sobre o irremediável do que formos fazendo, meio, em suma, de encararmos a sério esse facto extraordinário que é a vida do homem.»
--- VERGÍLIO FERREIRA, "Existencialismo e literatura".
 
 
 
 

3 comentários:

Maria Amélia disse...

De todas as vezes que a meditação sobre a morte se atravessou nas nossas leituras, não vi esta como a mais existencialista, mas sim a mais poética.
Mas muitas leituras permite qualquer leitura... E ainda bem.
Reitero daqui o agradecimento, que penso não ser só meu, ao Manuel, por tudo o que nos vai transmitindo e alertando. É justo que se saiba da importância desta atenção gratuita, valiosa a vários títulos.

Manuel Nunes disse...

Nada a agradecer, quem sou eu? A respeito da morte, tratou-se aqui de tocar num dos grandes temas da literatura dita existencialista: a morte, a angústia, a náusea, o outro, o problema da liberdade e o da transcendência, tanto a divina como a transcendência pura. É o que diz Vergílio Ferreira.

Custódia C. disse...

De acordo com a Maria Amélia, no que toca aos agradecimentos :)